quarta-feira, 26 de novembro de 2014

CALEIDOCICLO

Por ali por aqui, não me acho mais em nada, o cansaço acaba de dominar todas as vertentes de mim. Tudo agora me consome, meus sonhos me consomem. Minhas inônias me consomem. Minha presenças e faltas me consomem. A saudade me consome. 
Meu olhos cansados me consomem.
Mas há lendas. Em todos os lugares, por aí, histórias jogadas em folhas velhas. Papéis antigos de carta, lotados de sinfonias da vida. Em todos eles estão histórias lendárias onde as estrelas não existem. O escuro é somente a falta de luz. Onde o silêncio é a ausência do barulho. Seria o barulho, a ausência do silêncio?. Sim, há lendas. Risadas lendárias, choros heróicos. 
Surgem como algo que se acende no breu. Surgem como a onda de sensações que sobe da ponta de seus dedos até o final de seu braço, algumas vezes chegando a nuca. Surgem de lá, de cá. 
O que é dito não se mistura com fantasia, ficção, mitologia... Diga-se de passagem que explodem como tinta na tela, nas paredes e mãos. 
És uma lenda.
É todas as cores, breu, silêncio e caos. É sinfonia para surdos. É o que me consome. Teclas de um piano que desafinado, ainda me faz querer ter lições de música.
Ali, em todos seus abismos encontram-se braços. Abrigos.    
E quando me vem o nó na garganta, vejo-me jogada em cima de ti como uma criança. Pulo de todos seus abismos implorando para que você tire essa minha velha mania de pés no chão. Parto em euforia e desespero, encosto minha cabeça e meus olhos percorrem todos os abrigos.
Te puxo para fora de tudo, logo depois te quero em um banho de chuva. Um pequeno escorregão e paramos em uma caixinha de madeira com flores de metal esculpidas a mão. Estou em suas mãos, quero te acariciar até que caia no sono em meus braços novamente. Acordar em uma dobradura de rosa, em um papel pintado de giz. E pra sempre cair na gargalhada ao lado de um livro furtado por amor. 
Agora somos lenda. Só por um dia. Até virarmos estrelas. E observarmos casais no terraço de suas casas, jantando a luz de vela, sorrindo como nunca. 


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