sábado, 11 de maio de 2013

LADO DE DENTRO

Está tudo engraçado em mim. Acordo com vontade chorar e sorrir. Olho para as garotas da minha idade e suas prioridades toscas, como sair com suas amigas vazias e curtir noite mais vazias ainda. Oh querida "eu", me desculpe por te transformar em um pássaro sem asas, por te fazer forte e isso deixa-a confusa. Confusa além de tudo que jamais imaginou. Anda confundindo um "pra sempre" com um "somente agora", isso anda me entristecendo garotinha dos olhos castanhos, o que há com você? O que há com suas prioridades? Anda esquecendo as pobres coitadas, anda dando mais atenção as suas mãos que tremem e sua barriga que congela do que sua própria razão... Por que tão quieta? Agora tudo que consegue fazer é abrir seu caderno e expressar sentimentos. Pobre olhos vazios os seus, não os permite transmitir nada, além de um abismo gigantesco, ainda por cima proíbe que esses abismos sejam olhados. Qual o seu medo? Sente medo de que caiam lá dentro e não saiam mais?.. Ah pequena criança, não te conheço mais. 
Era tão bom fazer com que olhassem-a nos olhos, e sentir aquela sensação de alguém entrando neles, não era?. Sentir que podia ler o interior da outra pessoa, agora não permite que façam o mesmo com você. Porque agora quer controlar tudo?.
Por que quer controlar o que sente, o que sentem, o que pensa? Anda controlando até seus sorrisos, sorria grande!! Sorria ou seu canto de boca enrugará com esses meio-sorrisos que só servem para esconder seus bons. Agora entendo porque quer esconder seus olhos, seus sorrisos... Encontrou alguém que consegue cair no abismo de seus olhos, não?. Oh não, pior que isso! Encontrou um olhar-abismo no qual pretendia se jogar, por isso se agarrou firme no chão e resolveu controlar seu corpo antes que ele controlasse-a. Nunca foi assim, não é?. Me desculpe se estou a incomodando com tantos pontos de interrogação, mas talvez sejam suas próprias perguntas.
Achou arriscado encarar um sentimento, esconde seus olhos para que não debruce no abismo, entendo. Continua olhando para baixo, desviando olhares quando pretende finalmente abrir a boca para falar algo... Ainda sim mede as palavras para que nenhum sentimento saia em meio a poucas palavras que quer que saiam perfeitas. Perfeitas assim, vazias, sem nenhum sentimento. Agora você está aqui, tendo uma conversa com sua consciência que insiste em te colocar contra a parede, com tantas perguntas. E mesmo assim, enquanto conversa, procura ter controle das mãos, dos olhos frios, dos pés ainda firme no chão. Se soubesse quanto medo anda exalando por sua voz... Me desculpe se rir enquanto conversamos, mas tudo agora pra mim é graça. Sua timidez me deixa assim. E essa vontade de chorar toda hora? Anda ficando louca? Sua garganta não aguentará tanto tempo com esse nó, tenho certeza que é pior que a forca. Desculpe chegar assim em seus pensamento essa noite, mas só precisava te alertar que anda se torturando, se privando de algumas coisas que nem se pergunta se quer ou não. Perceba, que finalmente trocou seus desenhos por palavras... Seu caderno do curso técnico finalmente recebeu um descanso. Finalmente.
Consigo sentir a fadiga no seu sorriso, pare de ocupar sua mente, agora apoio jogar todos seus sentimentos mais confusos no papel. Assim não precisará demonstra-los a ninguém, bravo minha criança, bravo!
Ando entendo muitas coisas sobre você, porque sempre sonhou em ser uma garota imaginária. Um simples toque de não existir era prazeroso. 
Sabemos que não se controlará pra sempre (risos), explodirá algum momento e fará o que não fez, mas queria... Sei que está rindo junto comigo pois sabe que acontecerá, e sabemos que o dia do "chega! Agora não dá mais! Agora vai" chegará... Talvez pare de consultar sua cabeça para tudo que faz. Mande lembranças ao seu coração, faz tempo que ele não aparece. 

Imaginarygirl

Nenhum comentário:

Postar um comentário