sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

CARO EU.


Caro eu, de três anos atrás
Bom dia,

Não sei se algum dia você pensou que eu escreveria, para talvez más notícias. Apesar de muitas delas serem verdadeiramente boas. Mal posso esperar para te contar tudo de novo que está acontecendo. 
Primeiramente, gostaria de te parabenizar por ter sido tão forte naquele início de "fase nova" da sua vida. Você mandou bem, pelo menos até agora. Pois sei que agora começa outra nova fase, sua vida está cheia de novas coisas, não? Desculpe não ter te escrito antes, tá tão corrido!.
Lembra aquele medo que você tinha de estar fazendo as coisas erradas? Eu sinto isso, depois de tantos anos. Quando saímos para conversar somente nós duas, lembro de quanto enfatizou que a vida poderia ser injusta as vezes, e que a indecisão e o medo sempre andaram ao seu lado, te seguindo para todos os lugares. Mas, não se preocupe, hoje nós estamos bem, bem, bem melhores. A vida que nós queríamos... Estamos quase lá, e aprendi que é assim que as coisas funcionam, afinal, você já está esperando há tanto tempo, não é mesmo?. Continue esperando, eu ainda vou lhe escrever para te contar mais notícias de ultima hora.
Mas enfim, escrevi para lhe contar que continuo muito feliz com tudo que está acontecendo, e sonhando bastante... será que você se lembra de todos meus sonhos?. Se lembrar, me escreva qualquer dia. As coisas andaram meio turbulentas pra mim há alguns dias, e talvez até nos últimos seis meses, você talvez saiba do que estou falando, mas precisa saber que aprendi a erguer a cabeça em todas as vezes e lembrar que essa nunca vai ser a vez que vou desistir ou esquecer quem sou. Me permiti desistir, me permiti viver, me permiti dizer não, me permiti ser minha própria prioridade. E hoje eu consigo ser feliz ainda pensar no que aconteceu. Você ficaria orgulhosa de mim se estivesse aqui.
Hoje acordei meio cansada, indisposta, mas posso te dizer... Eu nunca tive uma vida tão cheia como agora. Nosso planner está lotado de afazeres, e posso te dizer que 60% do tempo é pra nós!! Nunca mais passaremos o dia na cama, nos sentindo inuteis.

Ah, não se esqueça de me escrever.
Ainda penso em você quando vou dormir.
Com amor.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

ONDE MORA A TRISTEZA?

A tristeza tem nome? Ou endereço?. Talvez a cor seja cinzenta, fria da cor do céu de inverno que me faz feliz, na temperatura de um óleo fervente infernal, com cheiro de caramelo com granulado. É exatamente assim que se comporta esse bicho imundo dentro da garganta. São quase todos os dias em que o sol está lindo do lado de fora, mas ela fecha a janela e prefere ficar se lamentando em casa. Talvez seja por que eu, me dei conta de que todos os meus sonhos estão queimando dentro do óleo, e para amenizar, jogaram caramelo e granulado. Eu odeio caramelo e granulado. Eu não estou feliz com meu emprego, mas é o que paga meus estudos. Não estou feliz com a minha mesa que está no meu quarto, pequena do tamanho das minhas expectativas, mas é o que eu tenho para desenhar. Não estou estudando na faculdade dos sonhos, mas é a unica que compatibiliza com a grana e o tempo para trabalhar. É como se todos meus sonhos estivessem, derretendo dramaticamente no olho fervente, em frente dos meus olhos. Alguém me visse chorar por isso, e jogasse a merda do granulado em cima. Pare de jogar essa merda em cima das minhas merdas de sonhos que estão se desfazendo!. Me deixe chorar sobre isso e não me ofereça além da merda de caramelo, a bosta de granulado. Eu odeio caramelo e granulado. A tristeza mora numa loja de fast food, ao lado de uma cafeteria, onde eu como aquele lanche que parece matar a fome, mas te empanzina, enquanto sinto o cheiro maravilhoso de todos comendo croissant e cappuccino ao meu lado; Estou com meus sonhos, comendo esse lanche horroroso, com cara de "ai que maravilhoso, eu sou feliz com esse lanche", enquanto pessoas tomam um café da tarde maravilhoso no Fran's, e deixam metade do leite, e metade do croissant. Esse texto todo é uma metáfora. Meu sonhos são a merda de um churro ruim. E eu penso seriamente em explodir a loja de fast food, com todos os sonhos miseráveis dentro que não param de se desfazer nunca, é infinito. Mas eu sou super positiva, talvez uma louca que anda falando sozinha na rua, pensando sobre o que tenho que fazer hoje. Entretanto, positiva. Ainda sonho.

domingo, 29 de março de 2015

FIQUE.

Quando a gente quer muito uma pessoa, a gente se engana. A gente tenta encaixar aquele outro ser humano em posições que nunca foram dele. A gente clama ao universo para um sim em algo que já começou destinado ao não. A gente quer, e a gente bate o pé e faz pirraça feito criança para conseguir. Mas um dia a gente percebe que amor tem que ser uma via de mão dupla. Amor tem que ser fácil, tem que ser bom, tem que ser complemento, tem que ser ajuda. Amor que é luta é ego. Amor que rebaixa é dor. E então a gente aprende que amor que não é amor, não encaixa, não orna, não serve.
Fique com alguém que não tenha conversa mole. Que não te enrole. Que não tenha meias palavras. Que não dê desculpas. Que não bote barreiras no que deveria ser fácil e simples. Fique com alguém que saiba o que quer e que queira agora.

Fique com alguém que te assuma. Que ande com orgulho ao seu lado. Que te apresente aos pais, aos amigos, ao chefe, ao faxineiro da firma. Que segure a sua mão ao andar na rua. Que não tenha medo de te olhar apaixonadamente na frente dos outros. Fique com alguém que não se importe com os outros.
Fique com alguém que não deixe existir zonas nebulosas. Que te dê mais certezas do que perguntas. Que apresente soluções antes mesmo dos questionamentos aparecerem. Fique com alguém que te seja a solução dos problemas e não a causa.
Fique com alguém que não tenha traumas. Que não tenha assuntos mal resolvidos. Que saiba que para ser feliz, tem que deixar o passado passar. Fique com alguém que só tenha interesse no futuro e que queira esse futuro com você.
Fique com alguém que te faça rir. Que te mostre que a vida pode ser leve mesmo em momentos duros. Que seja o seu refúgio em dias caóticos. Fique com alguém que quando te abraça, o resto do mundo não importa mais.
Fique com alguém que te transborde. Que te faça sentir que você vai explodir de tanto amor. Que te faça sentir a pessoa mais especial do universo. Fique com alguém que dê sentido à todos os clichês apaixonados.
Fique com alguém que faça planos. Que veja um futuro ao seu lado. Que te carregue para onde for. Que planeje com você um casamento na praia, uma casa no campo e um labrador no quintal. Fique com alguém que apesar de saber que consegue viver sem você, escolhe viver com você.
Fique com alguém que não se esconda. Que não te esconda. Que cada palavra seja direta e clara. Que não dê brechas para o mal entendido. Que faça o que fala e fale o que faça. Fique com alguém cujas palavras complementam suas ações.
Fique com alguém que te admire. Que te impulsiona pra frente. Que te apoie quando ninguém mais acreditar em você. Que te ajude a transformar sonhos em realidade. Fique com alguém que acredite que você é capaz de tudo aquilo que queira.
Fique com alguém que você não precise convencer de que você vale a pena. Que não tenha dúvidas. Fique com alguém que te olhe da cabeça aos pés e saiba, sem hesitar, que é você e só você.
Fique com alguém que te faça olhar para trás e agradecer por não ter dado certo com ninguém antes. Fique com alguém que faça não existir mais ninguém depois.
(não autoral)

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

CALEIDOCICLO

Por ali por aqui, não me acho mais em nada, o cansaço acaba de dominar todas as vertentes de mim. Tudo agora me consome, meus sonhos me consomem. Minhas inônias me consomem. Minha presenças e faltas me consomem. A saudade me consome. 
Meu olhos cansados me consomem.
Mas há lendas. Em todos os lugares, por aí, histórias jogadas em folhas velhas. Papéis antigos de carta, lotados de sinfonias da vida. Em todos eles estão histórias lendárias onde as estrelas não existem. O escuro é somente a falta de luz. Onde o silêncio é a ausência do barulho. Seria o barulho, a ausência do silêncio?. Sim, há lendas. Risadas lendárias, choros heróicos. 
Surgem como algo que se acende no breu. Surgem como a onda de sensações que sobe da ponta de seus dedos até o final de seu braço, algumas vezes chegando a nuca. Surgem de lá, de cá. 
O que é dito não se mistura com fantasia, ficção, mitologia... Diga-se de passagem que explodem como tinta na tela, nas paredes e mãos. 
És uma lenda.
É todas as cores, breu, silêncio e caos. É sinfonia para surdos. É o que me consome. Teclas de um piano que desafinado, ainda me faz querer ter lições de música.
Ali, em todos seus abismos encontram-se braços. Abrigos.    
E quando me vem o nó na garganta, vejo-me jogada em cima de ti como uma criança. Pulo de todos seus abismos implorando para que você tire essa minha velha mania de pés no chão. Parto em euforia e desespero, encosto minha cabeça e meus olhos percorrem todos os abrigos.
Te puxo para fora de tudo, logo depois te quero em um banho de chuva. Um pequeno escorregão e paramos em uma caixinha de madeira com flores de metal esculpidas a mão. Estou em suas mãos, quero te acariciar até que caia no sono em meus braços novamente. Acordar em uma dobradura de rosa, em um papel pintado de giz. E pra sempre cair na gargalhada ao lado de um livro furtado por amor. 
Agora somos lenda. Só por um dia. Até virarmos estrelas. E observarmos casais no terraço de suas casas, jantando a luz de vela, sorrindo como nunca. 


quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Monalisa, quem?.

Meu lado egocêntrico sente muito em te rejeitar, por incrível que pareça. Se estava esperando uma carta de despedida para que te mandasse embora de um lugar que jamais esteve, meu lado sentimental não se sente culpado.
E o céu amanhecei roxo, você reparou. Por que está amanhecendo? O contrário, sempre pedi para ver o sol se pôr. A tarde faz esquecer a manhã, lembre a noite.
Agora, torcendo para não receber mais aquelas ligações de manhã, e se perguntando por que tão longe e não esquece?. Não pergunte a ela o que está dizendo ou fazendo, faz parte das linhas imensas que o destino traçou entre os dois, assim como todos esses pontos finais... Acabou naquele avião. Meus ouvidos ainda lembram daquele som, o barulho do vento no vigésimo andar. As piadas. "Monalisa". Era como se me pintasse todos os dias, em qualquer papel. Bastava que ficasse quieta observando alguma coisa, que me transformava em um cenário, inspirando um desenho. A cada segundo "o que está fazendo?", todos os dias segurando-me até escurecer. O sol ia embora, era sinal de que poderia ir também, mas mesmo assim não me soltava. Todos os dias, com certeza, aparecia um papel surpresa dentro do meu livro, no meio dos meus desenhos e mala. Meus fadigados bocejos inspiravam uns acordes no violão, "eu vou tocar para você dormir". E sorria. Naquela sacada, a mais alta que já subi, as nuvens brancas e aquelas cores, quantas torres, eu sabia que aquilo inspiraria meu amor por construir coisas. Sinceramente lhe agradeço por me fazer lembrar, desenterrar esse amor por empilhar blocos.
"Monalisa, algum dia você vai fazer algo muito mais grandioso que todas essas torres". Era a torcida da tal Monalisa. Todo aquele senso de humor fora de hora. Não tinha como parar tudo aquilo. Parou, e parou como se tudo parasse de uma vez só. Tenho medo de dizer tudo isso agora, mas parou!. O tempo se encarregou de embargar essa obra que você vivia alimentando, o próprio tempo o levou.
Acredite, eu me pergunto qual o sentido de querer voltar a estaca zero. Nem me lembro mais onde estão seus desenhos. Não quero lembrar, sinceramente acho que foram pro lixo. Aliás sempre achei tudo muito doentio, desde que achei aquele papel escrito "todos te querendo e você aí querendo aquele".
Esses dias me perguntou "Ainda tem o desenho daquele edifício que pensamos juntos, no seu aniversário?". Longe dali, minha mente só pensava que aquele desenho tinha sido o melhor da minha vida, com tudo projetado. Logo a resposta "não" veio a tona. Era como se tivesse parado de me alimentar a muito tempo daquilo. Era bom que você parasse também. Chega de pintar-me, chega da tal "Monalisa", chega dessas lembranças que não servem pra nada. Então não volte, fique exatamente onde está, longe, outra língua, outras pessoas. Conheça outra Monalisa. Já arrumei um pintor/projetista melhor, acredite que estou bem mais feliz do que jamais estive. Eu peço desculpa por estar fazendo isso. Somente. Antes que eu peça pelo amor de Deus que mude seu foco para onde está vivendo. E se voltar, nem precisa me avisar, só esquece. Só. Esse é o único jeito de evitar um diálogo, e parar exatamente como quero.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

H.

Mãe, quero que não te preocupes comigo, sou grande. Minhas lágrimas de hoje não me tornaram mais forte, e estão acumulando com as de amanhã. Me enfraquece cada dia mais chorar assim, mas essa fraqueza não é resultado de minhas lágrimas, e sim verso a isso. Minhas lágrimas são resultado da minha fraqueza.
Não quero que se preocupe pelas vezes que choro e não te conto, não é falta de confiança em você.
Um dia ouvi dizer que as lágrimas de tristeza eram salgadas, e o gosto de sal que vem a minha boca quando choro, parece querer me levar para um lugar que não quero estar.
Eu gostaria de conseguir explicar minha tristeza... Mas para que encher seus ouvidos com preocupações, você já se preocupa demais. Não quero morar em um Hospital. Não quero virar hospede, quero ser normal, igual as garotas da minha idade.
Me encantaria entender se é meu ego baixo ou a gravidade que me põe para baixo, mesmo. Metade de mim dá razão para a segunda opção; O problema é que chega um ano novo, continuo nos mesmos remédios e continuo piorando, me desculpa mãe.
Me desculpa pelas vezes que não te ouvi, que era para eu parar de levar tudo na brincadeira. Acabo de aprender que quando isso acontece, a vida resolve brincar conosco, até com a nossa saúde.
Desculpe se o barulho do meu nariz escorrendo te incomoda, toda vez que choro e não te explico o porquê. Desculpe minha falta de entendimento na vida, juro, sou responsável por tudo que tenho. E dói.
Eu queria adormecer na vida, só por uns segundos, cada vez que me pergunta "filha, por que está chorando?" com olhos tristes. Meus olhos já não sorriem mais. Quando estou sozinha, só consigo pensar na dor. Você sabe quem me distrai, quem faz isso passar... Ele. Por isso tenta mantê-lo perto de mim. E isso me deixa feliz, e me destrai.
Obrigada por estar comigo.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

DERRUBANDO PAREDES.

Em um tempo não tão distante ao que se encontra agora, lembrou do dia em que começou a ler tal blog. O nome era engraçado, e refletia totalmente os pensamentos daquele jovem. Porém, nem sequer por um minuto passou em sua mente, sobre o que falaria aquela página. Não sabia nem quando, nem porquê havia sido criada. Mas de longe sabia que havia inspirado alguém a criá-lo, que pelo menos seus textos serviram de inspiração à alguém que já gostava de ler.
Ainda lembro de cada minúsculo detalhe, e isso soa assustador até para essa pessoa que vos fala.
Abriu o blog, analisou o título, e que surpresa... Já havia um grande número de publicações. Levantou-se, estava relativamente frio, e foi até a cozinha buscar uma xícara de qualquer coisa quente pra tomar. Não lembrando-se ao certo onde estava o café instantâneo. Quando voltou, estava preparada para ler uma sequencia de textos. Preparada para qualquer tipo de leitura, afinal já havia gostado de que seu recente amigo tinha criado um blog.
Enquanto lia, deixou sua xícara de lado, pois parecia que algo já estava esquentando seu interior. A leitura estava invadindo seus olhos arregalados, e seu corpo inclinava-se para perto da tela, suas mãos em seu rosto, como se estivesse escondendo-se de si mesma. "Meu Deus...", seus olhos nem se quer piscavam enquanto rolava a página. Suas pernas pareciam pular com vida própria, mas suas mãos seguravam seus joelhos, como repressão à alegria instantânea não permitida pela garota.  
Mesmo parecendo que não passavam nunca, os dias iam. Aconteceram coisas que ela parecia negar dar atenção, como se nada estivesse acontecendo. Fria, talvez demais. Mas ela sabia que no fim do dia, leria todas aquelas palavras novamente, pois todos os dias esperava ansiosamente por um texto novo, mas infelizmente não sabia se isso era algo relevante, bom ou não. 
E cada vez que lia, era como se as palavras fossem-a demolindo. Era terrível perceber que alguém lhe conhecia tão bem, sem nem se quer manterem uma conversa maior que poucas horas.
Aquele que odiava escrever sobre seus sentimentos. E ela que preferia escrever, e evitar sentir. Pouco a pouco, sendo derrubada, levada ao chão. 
Toda manhã, acordava com palavras enforcando-a, mas fingia não sentir nada. Não deixava que ninguém percebesse nada. Mas o certo dono do blog, parecia estar invadindo seus olhos sem permissão, por mais que ela negasse todos os dias, escondesse no fundo dos olhos... Ele estava lá para lembrá-la de que ele conseguia ver tudo que escondia, que estava errada sobre sua percepção. E logo, não via a hora de amanhecer para sentir aquela dor na garganta, mesmo que fosse só pra perceber com sua visão periférica que ele ficara olhando a aula inteira em sua direção. Ele andava rápido, e quando era a hora da saída, quase sumia... Muitas vezes foi acompanhando sua velocidade, com seus amigos lhe perguntando porque estava correndo tanto, qualquer desculpa bastava para que andassem rápido também. Só para poder observa-lo nos últimos minutos que restaram. 
Todas as noites, lia sem parar. Era como se ele soubesse descrever o que ela nunca soube argumentar.
Foi quando percebeu que suas paredes de defesa haviam caído totalmente, quando ele abraçava-a sem motivo.
Agradeço por me livrar do meu próprio vazio. Por me deixar preencher os seus.